O cartoonista egípcio Ashraf Omar é detido

 
O cartoonista egípcio Ashraf Omar é raptado
Ashraf Omar

Na segunda-feira, 22 de julho, o caricaturista e tradutor egípcio Ashraf Omar foi retirado à força da sua casa no Cairo por homens à paisana, informa o Cartooning for Peace e o Cartoonists Rights, citando uma notícia do Al-Manassa.

Nada Mougheeth, a sua mulher, que não estava em casa, conseguiu ver através das câmaras de segurança como ele foi levado para fora de casa com os olhos vendados e colocado num veículo. Nada Mougheeth afirma ainda que foi confiscada ao artista uma grande soma de dinheiro e o seu computador.

Esta informação foi divulgada pela primeira vez pelo meio de comunicação social Al-Manassa, para o qual trabalha Ashraf Omar.

Os meios de comunicação social independentes informaram que o advogado Mahienour El-Massry se dirigiu à polícia, mas que esta negou inicialmente a presença ou a detenção do cartoonista.

Apesar de inicialmente não se saber para onde tinha sido levado e de o seu empregador ter contactado o Sindicato dos Jornalistas para tentar"descobrir o seu paradeiro, garantir a sua segurança, representá-lo legalmente e impedir as autoridades de oprimirem os jornalistas e de agirem fora do quadro da lei", Ashraf foi levado perante o Ministério Público para testemunhar, de acordo com o sindicato dos jornalistas local. Até à data, não se sabe de que é acusado.

A imprensa, citando como fonte o Sindicato dos Jornalistas Egípcios, afirma que, nos últimos meses, Omar publicou uma série de caricaturas sobre a crise de eletricidade do país, a sua situação económica e os planos de venda de bens do Estado a investidores ricos do Golfo.

Nora Younis, editora do al-Manassa, declarou que "as caricaturas do nosso colega Ashraf Omar não violavam nenhuma lei nem atacavam ninguém, pelo que o al-Manassa considera inaceitável que ele tenha sido levado de olhos vendados de madrugada".(Fonte).

Cartooning for Peace e Cartoonists Rights apelam a que seja garantida a segurança de Ashraf Omar e juntam-se aos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) para pedir esclarecimentos sobre o que a mulher de Ashraf Omar descreve como um rapto, na ausência de informações por parte das autoridades.

Estes acontecimentos têm lugar num país que é uma das maiores prisões do mundo para jornalistas, segundo a RSF, que recorda que "a censura, as buscas, o encerramento de escritórios, as prisões, os julgamentos simulados, os desaparecimentos forçados e as detenções arbitrárias são o quotidiano dos jornalistas" no Egipto.

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